Você já pensou em transformar seus restos de alimentos em um adubo natural, sem precisar de quintal e sem sofrer com o mau cheiro?
Pois é — a compostagem em apartamento é totalmente possível, e cada vez mais pessoas têm descoberto que é uma maneira simples, sustentável e até prazerosa de reduzir o lixo orgânico dentro de casa.
Mas será que dá mesmo para fazer isso sem cheiro, sem sujeira e sem atrair insetos? A resposta é sim — desde que você siga o passo a passo correto e conheça alguns segredos que fazem toda a diferença.
✨ Continue lendo e descubra como montar sua composteira dentro de casa, sem complicação e com resultados incríveis!
O que é compostagem (e por que ela funciona mesmo em espaços pequenos)
A compostagem é o processo natural de decomposição da matéria orgânica — como cascas de frutas, restos de verduras, borra de café e folhas secas — feita por micro-organismos que transformam tudo isso em húmus, um adubo orgânico rico em nutrientes.
Em um ambiente controlado, com equilíbrio entre umidade, oxigênio e temperatura, essa decomposição acontece sem gerar odor e de forma completamente segura, até mesmo em apartamentos.
Ou seja: o que realmente causa mau cheiro não é o ato de compostar, mas sim o desequilíbrio entre o que você coloca e a forma como cuida da sua composteira.
E o melhor? Fazer isso dentro de casa não exige quintal, nem grandes investimentos — apenas vontade de mudar hábitos e dar um novo destino ao que antes era considerado “lixo”.
O que você precisa para começar sua compostagem em apartamento
Antes de mais nada, é importante montar uma estrutura básica que garanta boa ventilação e controle da umidade. Você vai precisar de:
- Composteira doméstica com tampa e ventilação
Existem modelos prontos no mercado, geralmente feitos com três caixas empilháveis — duas para compostagem e uma inferior para recolher o líquido (chorume).
👉 Se preferir, dá para improvisar com baldes plásticos, desde que tenham furos nas laterais e na tampa para entrada de ar.
- Material seco
Serve para equilibrar a umidade e evitar o cheiro. Pode ser serragem, folhas secas, papelão sem tinta ou pedaços de papel toalha.
- Resíduos orgânicos
Restos de frutas, legumes, verduras, cascas de ovos e borra de café são ideais. Evite carnes, laticínios e alimentos gordurosos.
- Um cantinho ventilado do seu apartamento
Pode ser na área de serviço, na varanda ou até sob a pia — desde que o local receba circulação de ar e não pegue sol direto.
Dica de ouro: deixe sempre uma caixa de papelão ou recipiente com o material seco por perto. Assim, toda vez que adicionar resíduos úmidos, você já equilibra com a quantidade certa de secos.
Opções de Compostagem de Apartamento
Fazer compostagem em apartamento é totalmente possível — e o segredo está em escolher o tipo de composteira e os equipamentos certos para o seu espaço. Hoje, existem opções compactas, discretas e livres de odores que cabem até na lavanderia, varanda ou sob a pia da cozinha.
- A primeira opção é a composteira doméstica com minhocas (vermicompostagem). Ela costuma vir em formato de baldes empilháveis ou caixas modulares, geralmente de 15 a 25 litros cada. O ideal é escolher modelos com três andares, onde o líquido escorre para a bandeja inferior e os resíduos se transformam em húmus nas camadas superiores. Marcas como Morada da Floresta, Humi ou Minhocasa oferecem kits prontos, com torneira para drenagem e tampa vedada — perfeitos para quem tem pouco espaço e quer evitar qualquer cheiro.
- Outra alternativa prática é a compostagem seca, feita sem minhocas. Nesse método, você precisa apenas de um balde com tampa hermética e materiais secos (como serragem ou folhas secas) para cobrir os restos de comida a cada nova adição. É um sistema que exige menos manutenção e pode ser feito até em um balde de 10 litros com filtro de carvão ativado para neutralizar odores. É ideal para quem mora sozinha ou produz poucos resíduos orgânicos.
- Há ainda o método Bokashi, que vem conquistando cada vez mais adeptos nos apartamentos. Ele utiliza baldes com vedação a vácuo e um farelo fermentado com micro-organismos eficientes que acelera a decomposição. Os baldes Bokashi têm tamanhos de 10 a 20 litros, ocupam pouco espaço e não exalam cheiro, já que o processo é de fermentação anaeróbica. O líquido que se forma pode ser diluído e usado como fertilizante natural em plantas de interior.
Independentemente da opção escolhida, vale lembrar que o local da composteira deve ser ventilado, mas sem sol direto. Um cantinho da lavanderia, varanda ou cozinha costuma ser suficiente. E se você preferir algo mais discreto, há modelos decorativos com design moderno, que se integram ao ambiente sem destoar da decoração.
Essas soluções mostram que é totalmente viável praticar a compostagem em apartamentos pequenos, transformando o que seria lixo em adubo de qualidade — com praticidade, limpeza e sem cheiro.
Como montar sua composteira passo a passo
- Monte as camadas iniciais:
Comece com uma camada de material seco (folhas, serragem, papelão picado).
Em seguida, adicione os resíduos orgânicos (restos de comida) e cubra novamente com material seco.
- Mantenha a proporção ideal:
A regra de ouro é 1 parte de resíduos úmidos para 3 partes de secos.
Isso garante que o processo aconteça sem odor e evita a presença de mosquinhas.
- Mexa o conteúdo a cada 10 ou 15 dias:
Use uma pá pequena para revirar o material, permitindo a entrada de oxigênio e acelerando a decomposição.
- Controle a umidade:
O composto deve estar úmido, mas não encharcado. Se estiver muito seco, borrife um pouco de água.
Se estiver molhado demais, adicione mais material seco.
- Recolha o chorume:
A caixa inferior acumula um líquido escuro — o famoso chorume — que pode ser diluído em água e usado como fertilizante natural para as plantas.
Com esses cuidados simples, sua composteira funcionará perfeitamente sem cheiro e sem insetos, mesmo em um pequeno apartamento.
Afinal, por que algumas composteiras têm cheiro?
O mau cheiro na compostagem surge apenas quando o processo é interrompido por desequilíbrios. Os principais motivos são:
- Excesso de resíduos úmidos (frutas, verduras e restos cozidos).
- Falta de ventilação.
- Umidade elevada.
- Falta de material seco.
- Presença de alimentos inadequados (como carne, gordura ou leite).
Quando esses fatores acontecem, o oxigênio não circula e o processo passa a ser anaeróbico (sem ar), o que gera odores desagradáveis.
Mas quando a compostagem ocorre de forma aeróbica (com entrada de oxigênio), o cheiro é suave, lembrando terra molhada — um sinal de que está tudo indo bem.
Como evitar o mau cheiro (mesmo em locais pequenos)
Quer garantir uma composteira totalmente inodora? Siga este conjunto de boas práticas:
- Cubra sempre os resíduos com material seco
Cada vez que colocar restos de comida, cubra com uma camada de folhas secas ou serragem.
Isso impede o surgimento de insetos e neutraliza odores naturalmente.
- Mantenha a tampa fechada, mas ventilada
A tampa deve proteger o conteúdo, mas permitir que o ar circule. Se usar baldes, faça pequenos furos nas laterais.
- Evite excesso de frutas cítricas
Laranja e limão em grandes quantidades podem alterar o pH e causar cheiros fortes. Use com moderação.
- Não compacte o material
Deixe o composto solto, permitindo que o ar entre entre as camadas.
- Observe o cheiro natural
Uma compostagem saudável tem aroma de terra úmida. Se sentir odor azedo, acrescente mais material seco e revire.
Esses cuidados simples são o que tornam a compostagem urbana viável — e o resultado final é um composto limpo, fértil e sem odor.
Quando o adubo está pronto?
O processo leva entre 60 e 90 dias, dependendo da temperatura e da umidade do ambiente. Você saberá que o adubo está pronto quando:
- O material tiver cor escura e homogênea.
- O cheiro lembrar terra molhada.
- A textura estiver solta e leve.
Nesse ponto, o composto já está cheio de nutrientes e pode ser usado para adubar vasos, hortas ou jardins — mesmo em varandas e pequenos espaços.
🪴 Dica: se ainda perceber pedaços grandes de alimentos, deixe a mistura descansar por mais algumas semanas até a decomposição completa.
O que fazer com o chorume da composteira?
O líquido que escorre para a parte inferior da composteira — o chorume — é um subproduto muito valioso.
Ele contém nutrientes e micro-organismos benéficos e pode ser usado como fertilizante líquido natural.
Para utilizá-lo corretamente:
- Dilua 1 parte de chorume em 10 partes de água.
- Aplique diretamente na terra (nunca sobre as folhas).
- Use a cada 15 dias para nutrir suas plantas.
💡 Importante: o chorume da compostagem doméstica não é tóxico, mas não deve ser usado puro, pois é muito concentrado.
Benefícios da compostagem em apartamento
Fazer compostagem em casa não é apenas um gesto ecológico — é uma forma de transformar o seu dia a dia.
Veja alguns dos principais benefícios:
- Reduz até 50% do lixo doméstico.
- Diminui a emissão de gases poluentes.
- Gera adubo natural e gratuito.
- Fortalece o vínculo com a natureza.
- Promove bem-estar e propósito ambiental.
Além disso, a compostagem desperta uma sensação de autonomia e leveza, pois você passa a participar ativamente do ciclo natural da vida, em vez de apenas descartar resíduos.
Compostagem sem minhocas: dá certo?
Sim! A compostagem sem minhocas — chamada compostagem seca ou bokashi — é uma ótima alternativa para quem vive em espaços muito reduzidos.
Ela utiliza farelos inoculados com micro-organismos eficientes que fermentam os resíduos, sem cheiro e com decomposição acelerada.
Esse método é popular no Japão e tem conquistado adeptos no Brasil, especialmente entre moradores de apartamento.
Conclusão: compostar é simples, possível e transformador
A compostagem em apartamento é totalmente possível e pode ser feita sem cheiro, sem sujeira e com benefícios reais para você e para o planeta.
Com pequenas atitudes — como separar os resíduos, equilibrar os materiais e garantir ventilação — você transforma o lixo em vida, o desperdício em fertilidade e o cotidiano em consciência ambiental.
💚 Comece hoje: escolha um cantinho da casa, monte sua composteira e sinta o prazer de devolver à terra o que ela mesma nos oferece.
E o mais importante: descubra que viver de forma sustentável não é difícil — é libertador.




